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III Congresso internacional OBSERVARE:"Para além das fronteiras. Pessoas, espaços, ideias"



O tema deste III Congresso Internacional do OBSERVARE pressupõe uma leitura das relações internacionais que ultrapassa o mero relacionamento entre Estados soberanos ou o jogo de forças entre as potências dominantes. Como é bem sabido, muitos dos processos que estão em curso no sistema mundial são literalmente transnacionais. A designação PARA ALÉM DAS FRONTEIRAS exprime justamente esse objectivo de explorar os fenómenos transversais às áreas de jurisdição da soberania clássica, fenómenos que a globalização veio intensificar sobremaneira.


Entretanto, confirma-se o anunciado fim das ideologias ou, pelo contrário, as ideias continuam a influenciar ou mesmo a presidir à evolução dos acontecimentos? Em tempos de incerteza – e no ano que coincide com o centenário da Revolução de Outubro de 1917 – estão fragilizados os quadros mentais de referência ou, inversamente, há uma cristalização dos modos de pensamento dominantes? Qual o impacto na situação internacional de ideologias tão diversas como o marxismo, o neoliberalismo ou as crenças religiosas?

A sucessão destas questões justifica o subtítulo: PESSOAS, ESPAÇOS, IDEIAS. Em torno destes três termos, todos eles analisados “para além das fronteiras”, estruturam-se os trabalhos do Congresso, tanto nas suas conferências plenárias como nos seus painéis temáticos. É um Congresso aberto às comunidades universitárias portuguesas e estrangeiras, com a ambição de trazer progressos para o conhecimento científico nesta área sensível das relações internacionais.


FECHA/DATE/DATA: 18-19/05/2017


ORGANIZADOR/ORGANIZER/ORGANIZZATORE: Observatório de Relações Exteriores (OBSERVARE, Universidade Autónoma de Lisboa)

INFO: web - intconf2017observare@autonoma.pt

INSCRIPCIÓN/REGISTRATION/REGISTRAZIONE:


PROGRAMA/PROGRAM/PROGRAMMA:


Programa provisorio:


18 DE MAIO DE 2017


9h30-10h00 – Sessão de abertura


Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian – (a confirmar)

Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa – José Amado da Silva

Ministra da Administração Interna – Constança Urbano de Sousa

Director do OBSERVARE – Luís Moita

10h00-11h15 – 1ª sessão plenária: O individual e o colectivo nas relações internacionais


O discurso sobre o sistema internacional nas suas várias dimensões (relações entre Estados soberanos, processos transnacionais, tendências globalizadoras...) deve ter presente que estão em jogo pessoas, qualquer que seja a escala considerada. Daí a necessária humanização das reflexões sobre temas internacionais, reconhecendo o indivíduo como sujeito da vida internacional e abordando a essa luz os grandes movimentos de populações: desequilíbrios demográficos, fluxos migratórios e de refugiados, concentração urbana e dispersão de povoamento.


CONFERÊNCIAS

Rafael Calduch Cervera (Universidad Complutense de Madrid) – A pessoa como sujeito da vida internacional

Maria João Valente Rosa(Universidade Nova de Lisboa) – As grandes questões populacionais na actualidade

11h15-11h30 – Pausa para o café

11h30-13h00 – 2ª sessão plenária: Mundialização e novos espaços


Os processos em curso nas sociedades contemporâneas e no sistema internacional têm alterado significativamente as relações com os espaços físicos, com a natureza na sua materialidade, com os territórios habitados pelos povos. Se há casos onde parece prevalecer a desterritorialização, também é certo que o enraizamento espacial permanece incontornável. A porosidade ou mesmo a abolição de fronteiras coincide com a afirmação de identidades e a emergência de novos espaços económicos, institucionais ou culturais, por vezes informais, outras vezes resultantes de decisões dos poderes públicos.


CONFERÊNCIAS

José Sobral (Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa) – Paisagens das diversidades, paisagens das identidades: as dinâmicas do cosmopolitismo e do nacionalismo

Saskia Sassen (Columbia University) – Novos espaços urbanos no contexto internacional (título provisório)

13h00-14h30 – Almoço

14h30-16h00 – Painéis temáticos 1 e 2


Painel 1 – O indivíduo como actor da vida internacional

No relacionamento internacional intervêm entidades colectivas de maior ou menor escala ou mesmo de dimensão global. O anonimato dos grandes conjuntos, porém, não permite esquecer que estão sempre em jogo seres humanos e que os próprios indivíduos são muitas vezes influentes actores do sistema internacional.

Painel 2 – Tendências demográficas e relações internacionais

O crescimento populacional não se limita a suscitar o problema genérico da sobrevivência da humanidade no planeta Terra, mas tem incidência na vida das sociedades e na maneira como estas se relacionam entre si. De igual modo, os desequilíbrios demográficos e os contrastes entre sobrepovoamento e subpovoamento ou envelhecimento introduzem com frequência factores de crise no panorama mundial.

16h00-16h30 – Pausa para o café

16h30-18h – Painéis temáticos 3 e 4


Painel 3 – Grandes movimentos de populações

Característica dos nossos dias é a dimensão dos fluxos populacionais que atravessam as fronteiras dos países: os movimentos turísticos atingem números nunca alcançados, as migrações tornaram-se verdadeiramente globais, os fluxos de refugiados são de proporção dramática. A mobilidade de multidões altera equilíbrios anteriores, suscita novas formas de convivência entre comunidades e interfere fortemente nas relações entre as sociedades.

Painel 4 – Espaços económicos e espaços de segurança

Num tempo em que se mundializaram numerosos processos económicos, subsiste uma pluralidade de espaços de maior ou menor dimensão, sejam eles delimitados por mercados integrados, sejam pontos de passagem estratégicos. Sendo assim, torna-se imperiosa a sua segurança? Garantida por quem? Por outras palavras: os subsistemas económicos são sempre protegidos por subsistemas de segurança?


19 DE MAIO 2017

9h30-11h00 – 3ª sessão plenária: Ideias, ideologias e inovação


Sendo a vida internacional um domínio onde prevalece a correlação de forças, vale a pena averiguar a importância e a força desse elemento aparentemente frágil que são as ideias O peso das concepções ideológicas parece determinante para explicar numerosos movimentos colectivos; e a influência das doutrinas filosóficas, politicas ou religiosas, mesmo quando muitas as consideram obsoletas e ultrapassadas, porventura faz-se sentir nas percepções partilhadas e nas grandes correntes históricas.


CONFERÊNCIAS

Reginaldo Nasser (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) – O confronto entre as ideologias internacionalistas na Nova Ordem Mundial pós Primeira Grande Guerra: Woodrow Wilson versus Lenin

José Pacheco Pereira (Historiador) – Ideologias, políticas e políticas que não ousam chamar-se assim

11h00-11h30 – Pausa para o café

11h30-13h – Painéis temáticos 5 e 6


Painel 5 – Cidades e Regiões e processos de internacionalização

Tem-se acentuado a tendência para que entidades inferiores aos Estados nacionais se constituam como actores da vida internacional, relacionando-se autonomamente, à margem dos poderes centrais, adoptando estratégias de internacionalização, numa actividade conhecida como “paradiplomacia”. Daí a vantagem de estudar o papel de certas regiões e, mais ainda, das cidades, consideradas verdadeiros nós da globalização.

Painel 6 – Fim das ideologias? Seu impacto nas relações internacionais

O facto de ocorrer em 2017 o primeiro centenário da revolução bolchevique de Outubro na Rússia é um bom pretexto para reflectir acerca da influência das ideologias no domínio internacional, numa altura em que muitos anunciam o ocaso das ideologias, mas quando as correntes ditas neoliberais parecem prevalecer sobre as outras concepções ou modelos de sociedade.

13h00-14h30 – Almoço

14h30-16h00 – Painéis temáticos 7 e 8


Painel 7 – Trabalho, inovação, ciência e tecnologia

A interrogação sobre as novas situações do trabalho humano, num tempo em que as inovações científicas e tecnológicas alteram profundamente os nossos modos de vida, agrava-se com a porosidade das fronteiras, a qual permite a extrema mobilidade dos trabalhadores, muitas vezes reduzidos à condição de mercadorias. Trata-se assim de uma questão transversal às relações internacionais, confrontando-nos com o imperativo de humanização do trabalho.


Painel 8 – A questão dos “Global commons”. As novas dimensões do espaço

Os oceanos, os fundos marinhos, as águas internacionais, a atmosfera terrestre e o espaço extra-atmosférico constituem elementos naturais que não são pertença de nenhum Estado em particular, à maneira de propriedade colectiva da humanidade. Provavelmente a eles se deve juntar uma outra realidade não natural, mas construção humana, que é o ciberespaço. Esses “Global commons”, enquanto património comum, representam novos problemas para o direito internacional e são hoje um tema importante das relações entre os países.

16h00-16h30 – Pausa para o café

16h30-18h00 – Sessão plenária de encerramento


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